Com os biomarcadores, em vez cultivar extensas áreas e acompanhar os pomares por vários anos para observar as plantas mais resistentes, será possível realizar a seleção em laboratório. Para isso, bastarão pequenas amostras de tecidos das plantas.

Para chegar até os biomarcadores, os pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) observaram no campo o comportamento de clones de cajueiro-anão resistentes e suscetíveis à doença. Em seguida, avaliaram no laboratório os metabólitos associados à resistência.

Dentro de uma mesma área cultivada com os clones CCP 76, BRS 226, BRS 189 e BRS 265, apenas o clone BRS 265 apresentava severos sinais da doença com folhas novas retorcidas de coloração marrom-escuro. Os demais permaneciam aparentemente saudáveis. “Os clones estavam no mesmo pomar, sob os mesmos tratos culturais. Então suspeitei: deve ter alguma diferença química nas folhas das plantas”, conta o pesquisador da Embrapa Luiz Serrano.

Foram coletadas amostras das folhas sadias dos quatro clones não afetados, além de uma amostra das folhas doentes do clone BRS 265 e levadas para análise no Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais (LMQPN) na Embrapa Agroindústria Tropical. O metabolismo secundário das amostras foi analisado com equipamentos de cromatografia e espectrometria de massas, que expressam o perfil químico da planta.

O estudo envolveu ainda a aplicação de métodos de estatística multivariada, que permitem comparações entre os perfis químicos. Os pesquisadores observaram os gráficos com semelhanças e diferenças entre as amostras, até chegar às moléculas candidatas a biomarcadores.
Com informações Portal do Agronegócio