domingo, julho 7, 2024
More

    Últimas Postagens

    Febre do Nilo em cavalos – o que é?

    A Febre do Nilo, identificada pela primeira vez em 1937 às margens do Rio Nilo, no Egito, é causada pelo vírus West Nile, pertencente à família Flaviviridae, gênero Flavivirus, similar aos vírus da Dengue e da Febre Amarela.

    Essa doença é transmitida por vetor, especificamente mosquito, tornando-a uma virose de importância zoonótica. O vírus tem a capacidade de infectar aves, humanos, cavalos e outros mamíferos. Embora as aves silvestres sejam os principais hospedeiros naturais, muitas vezes não exibem sintomas clínicos.

    Em contrapartida, seres humanos e cavalos são considerados hospedeiros acidentais, não contribuindo para a transmissão subsequente do vírus ao vetor. Além disso, outras formas de transmissão raras foram relatadas, incluindo transfusões sanguíneas, transplantes de órgãos, aleitamento materno e transmissão transplacentária. No entanto, não há registros de transmissão direta de pessoa para pessoa ou de cavalo para cavalo.

    Ciclo de transmissão da Febre do Nilo

    A vigilância para detectar o vírus tem sido uma preocupação crescente em várias regiões do mundo. No Brasil, a Febre do Nilo Ocidental foi incluída na Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória a partir de 2003. Já foram relatados casos no país, com destaque para um trabalhador rural no Piauí, que apresentou encefalite em 2014. Os sintomas variam, desde febre e dor muscular até manifestações neurológicas graves, que são mais comuns em idosos.

    Nos equinos, a infecção se manifesta com sintomas como febre, incoordenação motora, cegueira e fraqueza muscular. O diagnóstico definitivo requer a exclusão de outras doenças neurológicas, como a raiva, e é feito por meio de técnicas laboratoriais, como isolamento viral, imunofluorescência direta e técnicas de biologia molecular.

    Embora o controle da Febre do Nilo seja baseado na vacinação de animais suscetíveis e no controle de vetores, o Brasil ainda não possui uma vacina específica para a doença. A presença da segunda maior avifauna do planeta no Brasil e a migração de aves do Hemisfério Norte aumentam o risco de introdução e manutenção do vírus no país.

    Em resumo, a Febre do Nilo é uma doença preocupante que requer vigilância constante e pesquisa para desenvolver estratégias eficazes de controle e prevenção.

    Natalia Telles – veterinária e assistente técnica de equinos da Guabi Nutrição Animal

    Use este espaço apenas para a comunicação de erros





    Aceito que meu nome seja creditado em possíveis erratas.

    Latest Posts

    spot_imgspot_img

    Não perca