domingo, julho 7, 2024
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    Especial Cafeicultura: A semente que apaixonou o mundo

    Tradição centenária, responsável por impulsionar a economia, o café conquista paladar em todas as nações, mas para manter-se entre os gigantes do agro, o setor enfrenta desafios volumosos

    Por Hulda Rode

     

    Há séculos, o café lidera como a segunda bebida mais consumida e comercializada no mundo. (Foto: Taila Soares)

    Do alto da montanha a xícara. Bom a qualquer hora. Do amanhecer ao anoitecer, o cotidiano é brindado com o aroma e sabor marcante que só ele tem. O café é a bebida mais amada, apreciada e consumida em todas as nações. Depois do petróleo e da água, o queridinho tornou-se uma mercadoria importante para a economia global.

    A história é secular e repleta de lendas. O café teve sua origem nas altas montanhas da Etiópia, também chamada de Abissínia nos tempos antigos, localizada no nordeste da África. Várias são as narrativas para contar a propagação do cultivo e uso do café pelo mundo. A mais conhecida conta-se que um pastor etíope, chamado Kaldi, ficou muito surpreendido com a vivacidade das cabras depois que elas comiam as folhas e os grãos vermelhos do cafeeiro.  Um monge da região foi informado sobre o fato, e começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.

    O cultivo se estendeu primeiro na Arábia, introduzido provavelmente por prisioneiros de guerra, onde se popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islã. Depois, o Iêmen tornou-se um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do mundo árabe.

    No continente europeu, os registros datam que o café chegou por meio dos mercadores venezianos e trouxeram o café para a Europa pela primeira vez em 1615.  Nessa mesma época, surgiram duas outras grandes bebidas quentes.  A primeira foi o chocolate quente, trazido pelos espanhois das Américas para a Espanha em 1528.  A segunda foi o chá, posto à venda pela primeira vez na Europa em 1610.

    Nas Américas, a primeira referência ao uso do café foi na América do Norte, data de 1668 e, logo depois, casas de café abriram em Nova Iorque, Filadélfia, Boston e outras cidades. Para os norte-americanos, que são o maior grupo mundial de consumidores, Seattle é considerado como um lar espiritual do café. Na América Central e do Sul, o café foi difundido pelos holandeses, onde hoje seu cultivo comercial tem supremacia absoluta.  O café chegou pela primeira vez à colônia holandesa do Suriname em 1718.

    O café foi o principal produto de exportação da economia brasileira durante os séculos 19 e 20. (Foto: Taila Soares)

    No Brasil, as raízes do café foram plantadas no século 18, quando as mudas da planta foram cultivadas pela primeira vez, que se tem notícia, por Francisco de Melo Palheta, em 1727, no Pará. A partir daí, o café foi difundido timidamente no litoral brasileiro, rumo ao sul, até chegar à região do Rio de Janeiro, por volta de 1760.

    O café foi o principal produto de exportação da economia brasileira durante o século 19 e o início do século 20, garantindo as divisas necessárias à sustentação do Império do Brasil e também da República Velha. A produção do café no Brasil expandiu-se a partir da Baixada Fluminense e do vale do rio Paraíba, que atravessava as províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo.

    São Paulo é considerado como a locomotiva cafeeira do Brasil. O Estado sempre foi bandeirante, e garantiu a expansão do território, bem como, crescimento econômico e populacional desde o século 17. Nas primeiras décadas do século 19, por meio do Estado de São Paulo, o café chegou a Minas Gerais.

    A região vinha sentido a queda da mineração e se concentrou nas pequenas e médias propriedades no Sul do Estado, em cidades como Três Pontas, Campos Gerais, Nepomuceno, Boa Esperança, Machado, São Gonçalo do Sapucaí, Guaxupé, São Sebastião do Paraíso, São Tomás de Aquino, Itamogi, Alpinópolis, Santa Rita do Sapucaí, Botelhos, Poços de Caldas, Varginha, Machado e Alfenas.

    Com o tempo o Sul e o Cerrado de Minas tornaram-se importantes regiões produtoras de cafés do Brasil. Com altitudes entre 850m e 1.250m, a região do Sul de Minas é uma tradicional área de produção de café arábica há mais de um século. O Cerrado é onde se encontra algumas das maiores fazendas cafeeiras do Brasil, com processo mecanizado e alta tecnologia de produção.

    A cafeicultura no Estado do Paraná foi inserida na década de 1930 e teve sua expansão na década de 1950. Muitas cidades, como: Londrina, Maringá e Campo Mourão, surgiram com a chegada do café. Nos anos 60, o café chegou a ter 1,8 milhão de hectares plantados no Estado, o maior maciço cafeeiro contínuo já visto no mundo. Hoje esse número é de 156 mil hectares, sendo o cultivo ainda está presente em aproximadamente 210 municípios.

    A cafeicultura no Brasil beneficiou-se da estrutura escravista do país, sendo incorporada ao sistema plantation, caracterizado basicamente pela monocultura voltada para a exportação, a mão de obra escrava e o cultivo em grandes latifúndios.

    As técnicas de produção de café eram simples. Inicialmente se desmatavam terras onde era necessário expandir as áreas agricultáveis para a colocação das mudas da planta. Estas demoravam cerca de cinco anos para começar a produzir. Nesse tempo, outras culturas eram plantadas em torno dos cafezais, principalmente gêneros alimentícios. Para a conservação das plantas, eram necessárias apenas enxadas e foices. A colheita era feita manualmente pelos escravos, que, após essa tarefa, colocavam os grãos do café para secar em terreiros. Uma vez seco, o café era beneficiado, retirando-se os materiais que revestiam o grão através de monjolos, máquinas primitivas de madeira formadas por pilões socadores movidos a força d’água.

    Após esse processo, o café era transportado nos lombos das mulas para o porto do Rio de Janeiro, de onde era exportado. Mas o aumento da produção cafeeira e os lucros decorrentes dela levaram ao início do processo de modernização da economia e da sociedade brasileira.

    A construção de ferrovias para o transporte do café, impulsionou a velocidade do transporte e interligou algumas regiões do Império, principalmente após a expansão das lavouras para as terras roxas localizadas no chamado Oeste paulista, intensificada após a década de 1860. Essa situação levou ainda ao fortalecimento do Porto de Santos como principal local de escoamento da produção.

     

    Brasilidade no DNA

    A cafeicultura é fonte de prosperidade em todas as regiões do Brasil. Essa dimensão também certifica o país o status de maior produtor e exportador de café e segundo maior consumidor dessa bebida no mundo.

    O parque cafeeiro está estimado em 2,22 milhões de hectares e as condições climáticas favorecem o cultivo do café em 15 regiões produtoras, distribuída nos Estados de: Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. Essa diversidade garante cafés variados de Norte a Sul do País.

    Mas a colheita do café tende a não ser farta. A falta de chuvas regulares e as pragas que afetam a cafeicultura nesse ano levaram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a reduzir a perspectiva para a produção do grão na safra 2017, para 44,7 milhões de sacas.

    A estatal projeta queda de 12,8% para o ciclo atual em relação ao do ano passado, incluindo as variedades arábica e conilon (robusta). No ano passado, o país produziu 51,3 milhões de sacas de 60 quilos das duas variedades. A estimativa anterior, divulgada em maio, era de 45,6 milhões de sacas do grão.

    Pesou para o corte na previsão a retração na safra de café arábica, que deve somar 34 milhões de sacas, 21% a menos que no ano passado, quando foram produzidas 43,3 milhões de sacas.

    Em Minas Gerais, a produção de café deve chegar a 24,04 milhões de sacas de arábica e 334,1 mil sacas de conilon, totalizando 24,38 milhões de sacas. No Espírito Santo, a estimativa é de produzir 5,9 milhões de sacas de conilon e 2,9 milhões de sacas de arábica, o que dá um total de 8,8 milhões de sacas.

    Em São Paulo deverão ser colhidas 4,37 milhões de sacas. A produção deverá chegar a 3,36 milhões de sacas na Bahia, 1,94 milhão de sacas em Rondônia, 1,21 milhão de sacas no Paraná, 349,1 mil sacas no Rio de Janeiro, 180,1 mil sacas em Goiás, 84,5 mil sacas no Mato Grosso e 7,5 mil sacas no Amazonas.

    Este ano também é de bienalidade negativa para a cultura – quando a produção é menor que no período anterior – e o arábica é mais suscetível a essa alternância. A produção de café conilon, por outro lado, deve atingir 10,7 milhões de sacas, aumento de 34% sobre o ano anterior. Após a seca em 2016, é esperada uma recuperação.

    Segundo Renato Garcia Ribeiro, pesquisador de café do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo, o principal fator que ocasionou na quebra da safra 2017/18 foi a bienalidade negativa dos cafezais em grande parte das regiões cafeeiras produtoras do arábica no Brasil. Além disso, “a alta incidência de broca e a baixa peneira dos grãos agravaram a quebra, diminuindo a produtividade. No caso da broca, a elevação da incidência se deu devido à falta de produtos eficientes ao combate da praga. Já para o segundo problema, colaboradores do Cepea indicam que o motivo foram as chuvas muito espaçadas durante a granação”.

    Nas áreas de robusta, a produção foi superior à safra anterior, contudo, bem abaixo dos níveis normais para a variedade. “O principal motivo foi a seca que atingiu o Estado do Espírito Santo nas duas safras anteriores, que debilitaram as lavouras. Na safra 2016/17, por outro lado, houve melhor quadro climático, mas o potencial produtivo não foi retomado”, explica o pesquisador.

    O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, afirma que os números são preocupantes. Segundo ele, o estoque somado à safra do ano deverá garantir um abastecimento apertado dos mercados interno e externo, o que poderá resultar no aumento de preço do produto.

    “O mercado trabalha com uma demanda de 52 milhões de sacas anuais: 32 milhões para exportação e 21 milhões para o mercado interno. Em 2017, caso seja confirmada a expectativa de safra, a produção mais o estoque deverão somar cerca de 55,5 milhões de sacas para abastecer esses mercados”, disse.

     

    Presença global

    Dados da Organização Internacional do Café (OIC) apontam que o consumo mundial de café ultrapassa 150 milhões de sacas de 60 quilos por ano e vem registrando um crescimento anual de 2,5%. Em relação ao Brasil, a OIC destacou que o consumo interno de café, representa 13,48% do total consumido mundialmente.

    O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) projeta que as exportações dos cafés do Brasil, nos sete primeiros meses de 2017, foram realizadas para 113 países, totalizando 16,787 milhões de sacas de 60kg e receita cambial de US$ 2,891 bilhões, o que representa aumento no faturamento de 7,2% em comparação com o mesmo período de 2016. O preço médio por saca exportada foi de US$ 172,25, o que também significou incremento, em relação ao mesmo período citado, de 16,5%. No entanto, o volume exportado de café de janeiro a julho de 2017 foi 8% inferior ao mesmo período de 2016, que contabilizou 18,255 milhões de sacas.

    Com base no relatório do Cecafé, o ranking dos cinco principais destinos das exportações do cafés do Brasil, de janeiro a julho deste ano de 2017, é o seguinte: Estados Unidos, na liderança, com um volume de 3,361 milhões de sacas, que correspondem a 20% do café exportado; Alemanha, em segundo lugar, com 2,930 milhões de sacas (17,5%); Itália, em terceiro, com 1,511 (9%); Japão, quarto, com 1,198 (7,1%); e Bélgica com 1,006 milhões de sacas (6%). Assim, nesse período, conforme mencionado, o Brasil exportou um volume de 16,787 milhões de sacas para 113 países.

    Para Nelson Carvalhaes, presidente Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), esse gigante da economia enfrenta alguns desafios para o país se manter no topo. Segundo Nelson, a adversidade climática é considerada como uma barreira.

    “Hoje a produção está com problemas que a gente encontra na globalização, como a eficiência e a logística. O Brasil está preparado para exportar até 4 milhões de sacas, precisamos melhorar, pois isso geraria uma maior competitividade”, disse.

    De acordo com o presidente da Câmara Setorial do Café do Estado de São Paulo, Eduardo Carvalhaes, o Brasil tem capacidade para exportar entre 30 a 36 mil sacas, mas esse ano, por conta da seca e do consumo em alta, acabou esgotando os estoques. “Esse número não é suficiente, e a situação é de aperto, principalmente, porque o consumo de café poderá crescer 3% a 3,5% ainda este ano”, comentou.

    Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café. (Foto: Divulgação CNC)

    Já o presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, avalia que apesar das oscilações o país se mantém na liderança, e isso deve-se em razão do produtor estar mais capitalizado e bem assistido pelas suas cooperativas, não vendendo café a preços baixos, há uma oferta mais ordenada ao comércio.

    “O produtor comercializa apenas para atender a sua necessidade de caixa. Também é válido lembrar que temos um estoque de passagem nos menores níveis de nossa história, mas, ainda assim, o Brasil permanece como maior produtor e exportador mundial, sendo capaz de honrar seus compromissos com exportação e consumo”, explica.

    No entanto, para conquistar essa fatia na produção mundial, Nathan Herszkowicz, pondera que o grande desafio é conseguir sucesso na produção torrado e moído. “Existe recurso para manter marca no exterior, desde logística a distribuição, mas a pergunta é como fazer? Precisamos arranjar parceiros e exportar com valor agregado. Isso pode aumentar com a produção de cápsulas, pela inovação e tecnológica pode conseguir alavancar a produção”.

     

    Foto: Ricardo Padue

    Brasil que coopera

    A cafeicultura é formada por mais de 280 mil produtores, na maioria pequenos e médios. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 48% do café produzido no Brasil são oriundos de um cafeicultor associado a uma cooperativa.

    A atividade cooperativista torna-se essencial para melhorar as compras, as vendas e facilitar o acesso do produtor a recursos, sejam eles técnicos ou financeiros, o que favorece a valorização de seu trabalho e assegura maior rentabilidade a quem vive do café.

    Levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) aponta que no ano de 2014, 104 cooperativas trabalhavam com café e, desse total, 59 estavam em Minas Gerais. As outras estão distribuídas da seguinte forma: 14 (Espírito Santo), 13 (São Paulo), 7 (Paraná), 5 (Bahia), 2 (Rondônia), 2 (Mato Grosso), 1 (Goiás) e 1 (Rio de Janeiro).

    Foto: Fabricio Ficadori

    Com relação às exportações, o café foi o principal produto exportado por cooperativas brasileiras em 2015, somando mais de US$ 910 milhões.

    Em termos de quantidade, as cooperativas corresponderam em 2015, a 12% das mais de 36 milhões de sacas exportadas pelo Brasil e, ainda, a 16% do valor total exportado. Em 2016, o faturamento das cooperativas foi próximo a R$ 10 bilhões.

    Para Eduardo Carvalhaes, da Câmara Setorial do Café do Estado de São Paulo, enxerga que o café um é grande empregador e que as cooperativas são consideradas como um caminho para fortalecer o setor, mas falta maior participação do cooperado. “Existem muitas cooperativas, mas a Cooxupé tem uma estrutura boa, e torna-se um modelo para as outras. Ela é um caminho que leva assistência técnica e crédito aos produtores. O problema é que o comando do café é fora do Brasil, e temos que organizar isso. A imagem do café é boa, a cada dia temos lançamentos. […] Temos que estudar para ver o que fazemos para que o homem do café fique com uma fatia maior. Essa é uma preocupação da Câmara Setorial e Secretaria de Agricultura de São Paulo”.

    Para Silvio Farnese, diretor do Departamento de Café da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, a organização de cooperativas é extremamente saudável, sobretudo, para o pequeno produtor. “Para os produtores de menor porte quando se organizam, adquirem um status econômico maior, e a competitividade aumenta, portanto, é uma saída como forma de robustez econômica e de participação no mercado”.

    Presente em mais de 40 países por meio da exportação do café arábica, 60 anos de atividades, 85 anos de cooperativismo regional, responsável por 14,8% da produção nacional e 20,64% somente no Estado de Minas Gerais, com uma carteira de 14 mil cooperados e 200 municípios mineiros, a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) é considerada a maior cooperativa de produtores do café do Brasil, faz parte da história da cafeicultura brasileira e avança a passos largos, fazendo com que o seu café verde vá muito além da fronteira nacional.

    Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooxupé. (Foto: Ricardo Dias)

    De acordo com o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, acredita a organização do setor cafeeiro por meio da cooperação é uma saída eficiente. O produtor tem algumas benesses, como: apoio da logística; armazenamento; assistência técnica; fornecimento de insumos; participação em programas de certificação, projetos sociais e ambientais que agregam mais valor à atividade dos cooperados; torrefação própria da Cooxupé, e outras.

    “É a força que vem do cooperativismo, do seu papel no Brasil e no mundo, que faz com que a Cooxupé esteja comemorando neste ano 60 anos de atuação e 85 anos de cooperativismo regional. Vale lembrar que, de acordo com o Sistema Ocemg, o Brasil concentra mais de 6 mil cooperativas, das quais 11,6% estão no Estado de Minas Gerais. De acordo com a entidade, o cooperativismo mineiro apresenta uma participação anual de 7,3% no PIB mineiro. São mais de 36 mil empregos no estado gerados pelas cooperativas, movimentando anualmente R$ 38,3 bilhões. Esses números demonstram a pujança do cooperativismo e que certamente é uma alternativa eficiente para os negócios do produtor seja em qual área ele atua. No nosso caso, o negócio é café”.

    Nem tudo são flores. Um dos desafios desse gigante do agronegócio, segundo Carlos Alberto, está na relação aos preços, que não são condizentes com a realidade e com os fundamentos do mercado.

    “O custo de produção tem acompanhado a inflação e crescido, e mesmo que os preços tenham mostrado recuperação nos últimos quatro anos, ainda não suprem as necessidades dos produtores. Também não podemos deixar de mencionar as mudanças climáticas e a implementação de políticas públicas para que a cafeicultura tenha mais competitividade. Outro ponto fundamental é a necessidade dos produtores acompanharem a evolução tecnológica e recorrerem à mecanização para o campo, para que encontrem mais eficiência e redução de custos em suas atividades. A sustentabilidade é outro fator cada vez mais presente na vida do cafeicultor e que não pode ser desprezado. Um café sustentável e de procedência está entre as exigências do mercado cafeeiro e o produtor precisa estar de acordo com essas necessidades e, acima de tudo, desta realidade. É preciso estar sempre antenado para acompanhar os passos do mercado”.

     

    A casa de cafés Los Baristas oferece a sua clientela uma experiência única no mundo do café. (Foto: Ricardo Padue)

    Apaixonados pelo café

    Foto: Ricardo Padue

    A magia que envolve o café foi um dos combustíveis que despertaram no casal Heloísa Checheliski e Vitor Ávila o anseio em empreender no Distrito Federal. Fundada em 2015, a casa de cafés Los Baristas, localizada na Asa Norte, está inserida nesse universo completo e complexo que é o café, desde a produção ao universo do barista.

    A escolha do nome foi assertiva para que os clientes tenham experiência única com o café, desde a personalização no atendimento, sensorial e educativo. “Um dos maiores propósitos da casa é oferecer cafés especiais de diversas regiões do Brasil a fim de criar um lastro de degustação e possibilidades de sabores e formas que a bebida tem a oferecer”, destaca Vitor.

    No cardápio seis métodos são utilizados para o preparo das bebidas, como: prensa francesa, clever, aeropress, v60, chemex e sifão. Outro diferencial da casa é que feito por baristas que fazem um trabalho educativo sobre os tipos de grãos oferecidos no estabelecimento. Além da principal bebida, o Los Baristas também dispõem de drinks de café, cervejas e chás artesanais.

     

    Colaboraram nesta reportagem: 
    Isa Ramos (editora), Hulda Rode (reportagem), Cris Nascimento (diagramação) e Ricardo Padue (fotografia)

     

     

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