A conta de luz subiu mais de 13% no primeiro semestre deste ano, quatro vezes mais do que a inflação para o período. Para driblar esse cenário, produtores estão investindo em energias limpas. Esse é o caso da empresa na qual Otávio Segatto é sócio-diretor. Em dois hectares arrendados na zona rural do Distrito Federal, estão mais de três mil placas de captação da luz solar, gerando energia suficiente para abastecer 880 residências.
Na propriedade onde a usina foi instalada, predomina a produção de aves. A demanda por eletricidade é grande, principalmente para climatização das granjas. A economia média é estimada em 40%.
Segundo Segatto, o outro benefício é o consumo de energia limpa, que não gera resíduos nem ruídos. “Além disso, o cliente não paga bandeiras tarifárias”, diz.
A alternativa é promissora, mas não é compatível com todas as atividades. Na propriedade foram R$ 6 milhões de investimento. O presidente do sindicato rural de Brasília, Geovane Muller, diz que o preço e a dificuldade de financiamento dificultam a adoção do sistema.
Muller diz que a geração de energia fotovoltaica para abastecer um pivô, por exemplo, pode não compensar, porque a irrigação geralmente é feita nos horários em que as tarifas elétricas são mais baixas. “Se eu tivesse que pagar tarifa cheia, com certeza só a conta de energia inviabilizaria o negócio. Justamente por ter um valor do quilowatt mais barato, o tempo de retorno financeiro fica um pouco maior”, diz.
Fonte: Canal Rural